Dia Mundial de Conscientização do Autismo

No dia 2 de maio é considerado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de Dezembro de 2007, e tem por objetivo informar melhor a população sobre o autismo, e assim reduzir a discriminação e o preconceito.

É importante lembrar da necessidade de melhorias no âmbito escolar, nas terapias ocupacionais fornecidas pelos governos, no aprimoramento de professores que os atendem, e principalmente na inclusão social. Falar sobre conscientização em relação à inclusão, é falar de aceitação e entendimento sobre o assunto.

Nesta edição, conversamos com o Prof. Dr André Varella – Psicólogo (UFSJ), mestre em Educação Especial (UFSCar), doutor em Psicologia (UFSCar), com período sanduíche na Universidade de Nevada, em Reno (USA) e pós-doutorado no Laboratório de Estudos do Comportamento Humano (UFSCar) -, que nos ajudou a compreender melhor a relação autista e sociedade.

Quais são as barreiras que atrapalham na inclusão de pessoas com autismo?

Normalmente, as principais barreiras têm origem no pouco conhecimento que a sociedade ainda tem sobre autismo. Nos últimos anos, iniciativas como essa que acontece todo mês de abril em conscientizar as pessoas têm apresentado bons resultados, mas ainda temos um importante caminho a seguir. Quando as pessoas conhecem pouco sobre uma condição como o TEA, que é mais comum do que se imagina, torna-se difícil entender as necessidades das pessoas com TEA e preparar o ambiente físico e social para elas, favorecendo a inclusão em vários espaços. Por exemplo, nas escolas, as crianças com TEA precisam de  um suporte individualizado para se desenvolver tanto socialmente quanto academicamente, sendo muitas vezes necessárias algumas adaptações tanto do ambiente em sala de aula, quanto dos materiais pedagógicos. Supermercados, comércios em geral, ambientes públicos entre vários outros também precisam ser pensados para receber pessoas e familiares com TEA.

O que falta para a sociedade ter consciência do que é autismo e diminuir o preconceito?

A melhor forma de reduzir o preconceito é com informação de qualidade. Levar ao grande público conhecimento sobre o TEA fará gradativamente com que a sociedade passe a compreender que certas dificuldades são típicas do quadro de TEA e que é dever da sociedade trazer essas pessoas para o ambiente social da forma mais confortável possível para elas e para os seus familiares. Iniciativas como essa do dia 02 de abril ajudam as pessoas a compreenderem melhor o universo do TEA e reagirem de uma forma mais positiva quando elas presenciam certas situações envolvendo pessoas com TEA. Por exemplo, quando entendemos que pessoas com TEA podem ter dificuldades em processar sensorialmente os estímulos no ambiente, podemos olhar para uma criança chorando em um supermercado cheio de pessoas e com bastante barulho e compreender que ela pode estar tendo alguma sobrecarga sensorial, dificultando ela se organizar naquele contexto. Sabendo disso, as pessoas podem oferecer ajuda aos pais, em vez de ignorar a situação ou julgar negativamente a criança e os familiares.

Qual deve ser uma mudança significativa do indivíduo para que, até as famílias aceitem melhor as pessoas com autismo?

Divulgar conhecimento e informação de qualidade é a melhor forma de mudar a atitude das pessoas. Seja da sociedade como um todo, ou dos familiares mais especificamente. As famílias também compõem a sociedade e muitas delas ouvem falar de TEA pela primeira vez quando o próprio filho(a) é diagnosticado. Por isso é tão importante levar esse conhecimento para o grande público, de modo a permitir esse acolhimento e a inclusão dessas pessoas de forma positiva.

Qual a melhor forma das escolas aceitarem e melhorarem o processo de inclusão (tanto as dificuldade, quanto nas diversidades) dos alunos autistas?

A inclusão é um direito da criança e, enquanto tal, não se trata de uma escolha. Nós todos, enquanto sociedade, temos obrigação de incluir todas as pessoas, de não discriminar ninguém em virtude de nenhum tipo de características ou condição e nos prepararmos para acolher todas as diferenças. As escolas, assim como vários outros setores da sociedade, tem passado por um longo processo de aprendizagem em relação a como se tornar mais aberta e acolhedora para pessoas com TEA e outras deficiências/condições. Novamente, informação é a melhor forma de tornar esse processo de mudança mais efetivo, humano e inclusivo.

Qual o símbolo do Autismo?

Neste vídeo vemos, Ricardo Oliveira. que é uma pessoa autista, ativista, também tem formação em Comunicação Social pela ESAMC e uma pós graduação em Mídias e Redes Sociais pela Anhembi Morumbi, faz parte da “Abraça” (associação voltada para os direitos das pessoas autistas e que tem autista na presidência), e tem um canal do Youtube chamado “Autismo Pensante” (contém assuntos sobre autismo e política). Ricardo no vídeo sobre os símbolos explica de uma forma correta os significados deles, e se tem correlações preconceituosas e capacitistas.

Referências:

https://autismoerealidade.org.br/2021/06/21/como-diminuir-as-limitacoes-e-aumentar-a-inclusao-dos-autistas/

https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/34/autismo-e-inclusao-escolar-os-desafios-da-inclusao-do-aluno-autista

Respostas de 2

  1. Excelente explanações e principalmente informações de como devemos inserir na sociedade está luta de apoio s conscientização.

  2. Excelente artigo, muito esclarecedor, a única forma de resolver o preconceito é com a informação!

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