A conversa sobre a diversidade não é mais novidade para quem vive no mundo da internet. Esse é um assunto que sempre está sendo debatido em alguma rede social, seja de forma didática, despretensiosa ou agressiva. O que não podemos negar é a importância da aplicação e ações em prol da diversidade em qualquer segmento. Por isso esse texto tratará a diversidade na publicidade: por que diversificar a propaganda?
Um dos fatores que contribui para que uma pessoa adquira um produto ou serviço é o ato de conseguir se ver usando o mesmo. Contudo, a forma que o produto é apresentado pode não ser muito favorável para isso.
Se a publicidade é uma parte da estratégia de marketing com o objetivo de atingir o público-alvo apresentando produtos, serviços ou idéias e incentivando à compra ou adoção, parece um pouco óbvio que quanto maior for a representação das pessoas nas propagandas, maior será o número de consumidores. No entanto, não é bem assim que as coisas funcionam, pelo menos não na maior parte do tempo.
Em uma pesquisa sobre diversidade – de gerações, gênero, etnia e orientação sexual – realizada pela Adobe em 2019 nos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido mostra que a maior parte dos consumidores acredita que a diversidade em campanhas é importante e impacta as vendas do produto.
Os consumidores sentem-se mais receptivos em adquirirem produtos de uma marca com histórico de diversidade. A falta da representatividade pode até levar ao boicote da marca. Um exemplo disso são os 34% dos participantes da pesquisa que relataram já terem boicotado – o atual ‘cancelamento’ – temporariamente uma marca pela falta de representatividade.
Outra pesquisa do mesmo segmento foi realizada em 2019 pela Samsung Brasil em parceria com a Bridge Research, a qual ouviu homens e mulheres entre 18 a 60 anos e revelou que 85% dos participantes acreditam na importância da diversidade na comunicação das marcas. Ainda assim 73% das pessoas dizem que a representatividade não é respeitada no Brasil.
As respostas obtidas nessas pesquisas são postas a prova no estudo da Elife de março de 2019 sobre a propaganda digital brasileira. Nele concluiu-se que a presença de homens e de brancos é desproporcional à de mulheres e negros. Além da presença de pessoas amarelas ou PCD (Pessoa Com Deficiência), que é praticamente nula.
Por meio dessas pesquisas fica claro que a representatividade é de suma importância para uma empresa tanto a respeito da própria imagem quanto ao público. Contudo não é algo para ser marcado como ‘feito’ na lista de tarefas. A empresa não deve somente lembrar da diversidade em datas específicas, como quando fazem campanhas uma vez ao ano por conta de datas comemorativas – ex. mês do Orgulho LGBT+.
A representatividade tem que ser algo natural na propaganda e não pensada como uma demanda. A marca que apresenta a proposta da diversidade não deve somente fazer da boca para fora, é preciso ser condizente com aquilo que defende tanto dentro, quanto fora da propaganda.
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