Você já se perguntou: em uma campanha que utiliza fotos, o que o impede de usar pessoas de diferentes etnias, gêneros, sexualidade, condições físicas ou sociais? A mensagem ou produto que estão sendo expostos na propaganda perderiam o propósito? Não? Então não há contraindicações para a diversidade.
Como já apresentado na primeira parte desse tema, a propaganda digital brasileira – de acordo com a pesquisa da Elife – carece de representatividade. Logo é necessário resolver este problema, algo que pode ser resolvido de maneira simples, mas é preciso tomar alguns cuidados.
O processo de inserção da minoria nas propagandas não deve ser uma demanda, mas sim uma ação natural. É um processo gradual, que pode até encontrar alguma resistência durante o caminho, seja por parte de supervisores ou de clientes, mas é importante que haja perseverança.
Além disso é preciso entender que existem muitas gamas na diversidade. Ela não está somente relacionada à etnia, raça ou orientação sexual, há também as deficiências, estado socioeconômico, idade, corpos, entre outros. Precisamos lembrar e contemplar todas.
Lembrando que: contemplar a diversidade não significa apropriar-se dos estereótipos já existentes sobre determinados grupos de pessoas. Dessa maneira a propaganda só estará reforçando uma imagem criada sem considerar a individualidade de cada um, reforçando o preconceito e pré-julgamento sob determinado grupo de pessoas.
Em 2013 o Instituto Patrícia Galvão realizou uma pesquisa sobre a representação das mulheres nas propagandas na TV. A pesquisa demonstrou que 65% das mulheres brasileiras não se sentem representadas na publicidade como um todo, seja por aparência, papel da mulher, intelecto ou atividades diárias. Todos esses reforçando estereótipos.
Os bancos de imagens
Um agente que reforça a prática de estereótipos na publicidade são os bancos de imagens, disponibilizando fotos que não representam a realidade. Quando se pesquisa por homem de negócios, médico, advogado, professor e outras profissões, majoritariamente os resultados serão de pessoas brancas. De certa forma obrigando a utilização das mesmas pessoas e reforçando a ideia de aquilo acontece na prática.
Por conta disso, seguem alguns bancos de imagens que não tem somente – ou nenhuma – pessoas brancas dentro dos padrões heteronormativos para usarem nas futuras peças de propagandas:
O objetivo da diversidade, não só na propaganda, é chegar a um ponto que não seja preciso pensar sobre o assunto. Não pensar se uma propaganda é ou não inclusiva, ela somente acontece. No artigo The Importance of Diversity in Advertising de Kevin Williams, ele ressalta:
Não há nada errado em ter apenas uma raça ou uma única etnia em uma propaganda. O problema começa quando somente eles são representados em todas suas propagandas. As pessoas irão notar, e aqueles que não sentem que seu produto os representa, se afastarão dele.
Mas até lá precisamos refletir e questionar as escolhas dentro da publicidade. Já que não é somente uma questão de venda, mas sim um entendimento melhor do outro e representação de diversas realidades.