Diversidade não é (só) uma propaganda da Benetton

Propaganda da Benetton, feita por Oliviero Toscani, mostrando diversidade de cores e gêneros.

Já a algum tempo vivemos um momento onde procuramos colocar a diversidade como pauta em variados setores da sociedade. Pensando nas empresas devemos utilizar parte de nosso tempo para a seguinte reflexão: como a diversidade está sendo colocada? Ela ainda tem o mesmo peso e significado dentro da administração e demais setores das empresas e corporações?

Ao ler um livro como “Publicidade é um cadáver que nos sorri” do renomado fotógrafo Oliviero Toscani sobre sua carreira na Benetton (atualmente, United Colors of Benetton), onde ele pode quebrar uma série de paradigmas acerca de como se deveria fazer propaganda e dando nome à propaganda institucional.

Toscani, em seu trabalho na Benetton, utilizou de imagens polêmicas para fazer propaganda dos pullovers da empresa, sendo um de seus maiores exemplos a foto de um aidético em estado terminal rodeado de familiares. E a pergunta que sempre ficou foi: Mas porque fazer algo desse tipo apenas pra vender “casaquinhos”?

O acordo feito entre Toscani e Luciano Benetton (responsável pela marca na época) era que o fotógrafo teria todo o respaldo necessário para propagar a mensagem de diversidade que a marca mais queria transmitir. Dito e feito. As ações do fotógrafo levaram a sua carreira a pontos muito altos e vales muito baixos.

Hoje podemos reconhecer sua importância para que, hoje, haja maior naturalidade e aceitação de uma empresa que deseja propagar uma mensagem de diversidade. O que Toscani sofreu em sua época foi necessário, acredito que até sua saída da Benetton tenha sido um movimento que movimentou o mundo das empresas e, principalmente, da publicidade.

Mas, agora pensando no nosso cenário atual, uma marca como a Benetton fazendo campanhas que promovam a diversidade, é o suficiente? Se todas as empresas começarem a investir em uma propaganda institucional diversa e inovadora, o problema da desigualdade irá se resolver?

Este post está sendo escrito após uma leitura de um artigo da Natália Menhem, atual gerente de marketing da ThoughtWorks Brasil

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