Um animal e uma bebida. Se alguém te dissesse que apenas estes dois itens aparentemente sem relação nenhuma seriam o suficiente para se reconhecer uma marca em mais de 200 países, você acreditaria?

O animal em questão é o Urso polar. Um mamífero, quadrupede, conhecido como o maior carnívoro terrestre e coincidentemente mascote da sexta marca mais valiosa no mundo. E se você ainda tem alguma dúvida sobre quem estamos falando, basta adicionarmos a palavra “refrigerante” a nossa equação que fica claro quem é: Coca-Cola.

Com o valor estimado em US$ 64,4 bilhões de dólares em 2020 pela revista Forbes, e comercializando seus produtos em mais de 200 países, ficam evidentes as proporções dessa gigante no meio empresarial. Porém, por mais que suas vendas e filiais pelo mundo todo justifiquem por si só esses números, eles sozinhos não esclarecem a capacidade da marca estar enraizada na nossa mente durante o dia a dia. 

Como é possível a partir de duas coisas aparentemente sem ligação nenhuma, bilhões de pessoas de diferentes nacionalidades, idades e etnias, chegarem ao mesmo nome? Não é necessário nem mesmo palavras, basta apenas alguns formatos brancos em um fundo vermelho que se torna quase impossível de não se fazer a associação a marca. E a resposta por trás desse fenômeno é: Branding.

Branding

Branding é um termo relativamente novo, que compreende um conjunto de ações que estão alinhadas ao posicionamento, propósito e valores que ajudam a construir uma imagem da sua marca na mente do consumidor. Essas ações criam uma imagem que pode ser associada à sua marca e aos produtos da mesma, assim se torna possível despertar sensações e criar conexões conscientes e inconscientes.

E aplicar essa técnica não é uma realidade de empresas gigantescas, mas sim de boas empresas. O principal aliado pra essa técnica mercadológica ser funcional é investimento. No ano de 2018 a coca cola sozinha investiu US$ 4,11 bilhões de dólares em publicidade, sendo que boa parte desse dinheiro não foi utilizado apenas em divulgação, mas também em planejamento: paletas de cores, mascotes, trilhas sonoras, e até mesmo feriados, em todos esses aspectos a marca fez seus investimentos pra criar uma identidade única e memorável.

Não que essa quantia seja necessário para todo e qualquer negócio, muito pelo contrário, esse valor é apenas proporcional a dimensão do seu negócio. Pequenos empreendimentos, por exemplo, se deparam muitas das vezes em rígidas disputas de mercado, onde os serviços são oferecidos por diversos provedores e ingenuamente eles se veem obrigados a reduzir seus preços como única maneira de competir, quando na verdade um investimento em políticas de branding pode ser a chave para desencadear uma série de boas relações entre o consumidor e o empreendedor que podem significar a vantagem no mercado, já que os clientes não procurariam seu produto por sua qualidade ou custo-benefício especificamente, mas sim por conhecerem a identidade da sua marca.

Nomearemos isso de efeito urso polar, relembrando do animal: a primeira vez que um urso polar apareceu em um anúncio da Coca-Cola foi em 1922, na França. Em um cartaz, o animal refrescava o Sol com o refrigerante. Diante disso, não só por ser uma criatura que está em um dos maiores extremos do planeta (indicando que não existem limites pra onde o refrigerante poderia chegar subjetivamente), o fato de com uma garrafa de refrigerante ser capaz de refrescar até mesmo o sol combina criatividade, ambição e propaganda em um só anúncio.

A partir daí, foram diversas aparições, anúncios, animações, propagandas televisionadas, práticas feitas com frequência, tempo e planejamento. A associação de urso e refrigerante resultar em coca cola, não é produto de uma inciativa extraordinária ou propaganda milagrosa, é apenas um resultado de organização e investimento de tempo e capital a longo prazo.

Portanto todo negócio, seja este pequeno ou grande, ao investir em publicidade e boas práticas de branding está cultivando não só uma relação com o público, mas também com o próprio futuro de seu empreendimento.