O Publicitário e o Politicamente Correto

Tabu, do dicionário Priberam: “Que não se pode ou deve proferir ou que não se pode ou não se deve falar”.

A definição abrangente do que é um tabu é variável e complexa, pois está ligada a praticas sociais de cunho moral, religioso e cultural. Essa definição é alterada entre diferentes gerações e até mesmo entre diferentes grupos sociais de uma mesma geração. O que é aceito por determinadas pessoas é condenado e reprimido por outras.

Bom, no geral, a função do publicitário é dialogar com o público e estabelecer um contato entre a marca anunciada e o receptor da mensagem através de um conceito. É sabido que não se pode agradar todo mundo, sendo assim, o grande desafio de um publicitário é tentar cativar o máximo de pessoas possível com suas mensagens. Contrariar essas pessoas significa, não só deixar de cumprir seu objetivo básico, mas também afastar indivíduos que poderiam ser envolvidos com os valores dos anunciantes.

O profissional de publicidade se vê em uma encruzilhada: tentar inovar em seus discursos, ao mesmo tempo em que busca não ofender um grupo de pessoas (mesmo que a intenção não tenha sido de ofender). Como agir nessa situação?

Primeiramente, o publicitário deve desprender-se de suas próprias crenças. Entendamos que a finalidade do discurso publicitário é que agradar quem o capta, e não quem o emite. O objetivo aqui é atingir o público e não satisfazer seu gosto pessoal.

É preciso conhecer o seu público. Saber como se comportam, o que falam, o que gostam de ouvir e principalmente, o que os seduz. Se esse público é o que sustenta a marca, não há por que contrariá-lo.

Também há a necessidade, muitas vezes, de convencer o dono da agência a abraçar o discurso politicamente correto. É certo que algumas empresas têm um desempenho razoável valendo-se de humor ácido e abordagens polêmicas, mas as maiores empresas do mercado, ou pelo menos aquelas que sobrevivem por mais tempo, são as que sabem se adaptar à visão de mundo de cada geração.

Não há nenhum problema em ter suas próprias convicções. Todos têm o direito de concordar ou discordar de algo. Mas é importante ressaltar aqui que o ponto final do discurso publicitário é o cliente, e contrariar com o senso comum da sociedade atual é um “suicídio comercial”.

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