Dia 19 de abril é comemorado o Dia do Indígena. A data relembra a união de delegados indígenas (1940), durante o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, que tinha um objetivo era bem claro: enfatizar um dia no calendário das nações americanas para lembrar, estudar e valorizar essa cultura tão fundamental na nossa historia.
Por que devemos relembrar esta data?
Os indígenas foram um dos primeiros povos a habitar em território brasileiro. Toda a nossa cultura e hábitos que possuímos foi herdado pelos nossos ancestrais. Atualmente, existem no país em média 300 povos indígenas, sendo mais de 817 mil indígenas, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010.
No inicio do século XX, iniciou um interesse pelo desenvolvimento da etnologia dessas população, ou seja, o estudo das denominadas “culturas primitivas”. Apesar das tentativas da implantação de politicas públicas, os aspectos culturais desses povos indígenas não eram respeitados e valorizados definitivamente. Somente o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano serviu como agenda programática para essas politicas publicas, que definiu o dia 19 de abril como Dia do Índio, que é celebrado ate hoje.
Heranças Indígenas
A culinária foi um dos principais legados deixadas para nós. A mandioca, caju e o guaraná possuem papeis principais nas cozinhas tradicionais brasileiras, além de outros como o açaí e cupuaçu. O costume de utilizar ervas medicinais para doenças também é bastante conhecido por famílias mais antigas.
O hábito de andar descalço pela nossa casa e descansar em redes, também. Lendas infantis como o Curupira, Saci-Pererê e o Boto cor-de-rosa possuem papel fundamental em nosso folclore e estão presentes na vida dos brasileiros desde a infância. Ate mesmo nossa língua tem ligação forte com a cultura indígena. O tupi-guarani, que influenciou a língua portuguesa falada no Brasil, pode ser facilmente encontrado em nossas conversas cotidianas, como na fauna e flora (tatu, mandioca, jacaré) e em nome próprios, como Ibirapuera, Rio Tietê e o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Para conhecer mais afundo sobre esse dia e a sua importância, batemos um papo com um acadêmico indígena do curso de Jornalismo da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB):
“…para mim, é um dia de resistência, pelo atual governo que estamos e pelos direitos sendo retirados dos nossos povos, direitos originários sendo violados, pela politica brasileira,… que estamos aqui resistindo por mais de 500 anos” disse o aluno Arnoldy Fernandes do curso de jornalismo. “Não é uma forma de comemorar, mas sim, uma forma de fortalecer a nossa luta, mostrar que ainda sim existem indígenas no Brasil e no mundo” continua ele.
“Eu gostaria que a sociedade olhasse mais para as causas indígenas… sem o território nós não somos nada, o nosso território é a nossa vida… gostaria que a população se lembrasse mais da população indígena, não somente neste mês de abril” diz o aluno a respeito sobre o que ele gostaria de passar para a sociedade neste dia. “Não adianta falar de meio ambiente sem apoiar a causa indígena, pois a causa indígena é um dos pontos chaves para manter a floresta em pé” finaliza o acadêmico.
A UCDB mantem, desde 1995, o Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas – NEPPI, que tem como objetivo “coordenar os vários Programas e Projetos de pesquisa e extensão voltados para as sociedades indígenas, bem como participar das discussões e encaminhamentos pertinentes a outras questões relacionadas à população indígena do Estado”. Para saber mais sobre o NEPPI acesse o site da UCDB, o Instagram, o site do grupo de pesquisa, ou ligue para (67) 3312-3590.