A campanha do Setembro Amarelo vem com a intenção de trazer visibilidade para um tema que, por se tratar de um tabu, não é muito abordado em outros meses. Apenas a aparição da palavra “suicídio” gera arrepios e desconforto, e colocá-la como assunto para discussão ainda é muito difícil.
A fim de conscientizar as pessoas sobre o suicídio, de maneira que os sentimentos sejam validados e as pessoas se sintam confortáveis ao ponto de pedirem por ajuda quando necessário, o Setembro Amarelo busca tirar o véu da ignorância e medos que vêm sendo passados de geração em geração através de palestras e materiais que são disponibilizados gratuitamente pela internet, como entrevistas com psicólogos que falam sobre a importância do cuidado com sua saúde mental.
Em matéria para o Guia do Estudante, a psicóloga Thais Arantes afirma que apesar de ser um problema de saúde pública, ainda não é visto como tal, então é muito importante desenvolver canais de comunicação e informação para que as pessoas se sintam apoiadas, percebam que não estão sozinhas e que existem caminhos para lidar com seu sofrimento.
É fato que muitos pensam que suicídio é algo distante e que afeta poucas pessoas, o que dificulta as discussões mais aprofundadas e que poderiam ser benéficas para quem precisa de acolhimento. Porém, a Organização Mundial da Saúde – OMS mostra que essa percepção não é verdade, já que aproximadamente 38 pessoas se suicidam por dia no Brasil. Como comparação, morrem mais pessoas pelo suicídio do que por doenças como AIDS e câncer.
Como surgiu o Setembro Amarelo?
Para conhecer a origem do Setembro Amarelo é preciso apresentar a história de Mike Emme, dos Estados Unidos. Mike, conhecido por sua personalidade carinhosa e com habilidade em mecânica, tinha como uma de suas marcas um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de Amarelo.
Em 1994, com 17 anos, Mike cometeu suicídio. Infelizmente, nem a família ou os amigos perceberam sinais de que o jovem pretendia tirar a própria vida. No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem “se precisar, peça ajuda”. A ação tomou grandes proporções expandindo-se por todo o país e, assim, surgiu a campanha do Setembro Amarelo.
Devido a isso, muitos jovens passaram a usar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas. Assim, a fita amarela foi adotada como símbolo. Divulgada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), recebem também a divulgação de empresas e de pessoas que se sensibilizam com a causa.
Este mês foi escolhido porque 10 de setembro foi proclamado o dia da prevenção ao suicídio. A data foi estabelecida pela OMS em 2003, mas a campanha foi criada no Brasil em 2015.
Uma das iniciativas é realizada pelo CVV, que disponibiliza recursos de apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo de maneira voluntária e gratuita por meio de ligação, chat e e-mail, 24 horas, todos os dias. O atendimento por meio de ligação é em parceria com o SUS, ocorre por meio do número 188, de qualquer operadora e em qualquer horário. Os atendimentos são direcionados àqueles que precisam e desejam conversar sob sigilo.
Importante.
Se precisar, peça ajuda: ligue 188. Conversar sobre o que sente mostrará que há outros caminhos. Lembre-se sua vida importa e mesmo que não acredite, sempre haverá alguém que se importa com você.
Referências
- https://cerejeiras.com.br/blog/setembro-amarelo-quando-surgiu-objetivos-e-importancia/
- https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/setembro-amarelo-como-surgiu-e-por-que-ele-e-tao-importante/
- https://www.setembroamarelo.com/_files/ugd/e0f082_f60708a2c6ba4fae955e6051bd18ab06.pdf
- http://camarasaojoao.pe.gov.br/a-origem-do-setembro-amarelo/
- https://iptc.net.br/o-que-e-setembro-amarelo/
- https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-saude/pilulas-de-saude/setembro-amarelo-mes-da-prevencao-do-suicidio